sábado, 16 de junho de 2012

O meu oveiro



O meu oveiro


Parece que o tempo soprou a Geada
branqueando os esteios daquele oveiro
E a noite com seu eterno silencio
pintou seu tom de negro no pelo

E as bragas claras que esvoaçavam
Feito asas aberta de garças no céu
Fizeram contraponto ao escuro da noite
Plagiando o negro do meu chapéu 

Vieste ao campo estampar a beleza
Garboso regalo que a vida me dera
Refletida imagem em olhares humildes,
Aquarela pintada n’uma primavera

E hoje te vejo buscar outro rumo
Além das fronteiras, o som do tropel
Quem tremulou a seda das crinas
deixou a carcaça pra subir ao céu.

 Oveiro negro sobre “as tuas cruz”
Supliquei a Deus,o meu primeiro terço
E pelas distancias Alem deste mundo
eu vi o fim, tornar-se Começo. 

(Lucas costa Primeira letra em um Festival 16 anos  julho 2010 “Tinido Adaga em canção”)
“Todo Time Reunido Amigos Que Pra Mim Dizem Muito Por As Pessoas Que São e Pela Suas Almas "



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Portal
















Portal
Lucas Costa


vive em mim um índio adormecido
Que o entardecer o desperta
O mate castiga em saudade
Na nostalgia que silencio empresta.
 Relincha meu pingo assustado
Em um pátio povoeiro.
Por ser irmão de campo e distancia
Sabe dos meus medos.
Meu picaço oveiro nome de e lua
Luzindo na braga do peito.

Vejo meus arreios encilhando cavaletes
Em um quarto pobre envelhecido.
Parte de mim jogada ao silencio
Com sede do sal do suor dos pingos
Habita em mim Sede que mato em milonga.
Buscando em poesia a paz que preciso.

 
Assim te vejo picaço, portal do tempo
Renascendo em mim um espírito índio .
Na intenção de ser pingo e portal
Despertando um tempo adormecido.

Meu picaço  oveiro, portal do tempo.
Que colheu benção de lua nas bragas
Faz renascer em mim um tempo olvidado
Quanto te vejo em meus aperos de prata
Cada relincho, um manifesto antigo
Despertando  espírito índio descansava