quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Portal
















Portal
Lucas Costa


vive em mim um índio adormecido
Que o entardecer o desperta
O mate castiga em saudade
Na nostalgia que silencio empresta.
 Relincha meu pingo assustado
Em um pátio povoeiro.
Por ser irmão de campo e distancia
Sabe dos meus medos.
Meu picaço oveiro nome de e lua
Luzindo na braga do peito.

Vejo meus arreios encilhando cavaletes
Em um quarto pobre envelhecido.
Parte de mim jogada ao silencio
Com sede do sal do suor dos pingos
Habita em mim Sede que mato em milonga.
Buscando em poesia a paz que preciso.

 
Assim te vejo picaço, portal do tempo
Renascendo em mim um espírito índio .
Na intenção de ser pingo e portal
Despertando um tempo adormecido.

Meu picaço  oveiro, portal do tempo.
Que colheu benção de lua nas bragas
Faz renascer em mim um tempo olvidado
Quanto te vejo em meus aperos de prata
Cada relincho, um manifesto antigo
Despertando  espírito índio descansava